sábado, 3 de abril de 2010
Percepção ou realidade?
Aceito.
Olhares verdes que já tive um dia.
Um dia em que também fui criança.
Olhar verde. Verde e inocente.
Há! Mas seus olhos são castanhos.
Castanho castanha,
castanho criança,
castanho divida.
Eu também já fui criança,
também já dei meu olhar,
também já dei o que de inocente eu tinha.
Mas não, você me engana.
Eu me engano. Eu engano.
Não houve inocência, não há inocência.
Percepção ou realidade? Percepção e realidade?
Para de me olhar! Para de se entregar!
Tão cedo, tão tarde. Cedo.
Não estrague o tudo enquanto acho que você é inocente.
Não me torne o inocênte.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Concurso.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Pó.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Festival Jambolada: tarde de debates ...
Festival
Jambolada: tarde de debates acalorados
Sob um
asfalto pelando a sola dos calçados chegamos ao Muna (Museu
universitário de Arte), região central de Uberlândia, onde
aconteceria o primeiro evento da tarde de sexta-feira (23), o Jambo
Debate. Com a temática “selos independentes e as novas formas
de distribuição”, compunham a mesa quatro convidados: Ná
Figueiredo (Newamazonia´s music), Eduardo Garbo (Mais Brasil), Letz
Spindola (Fora do Eixo Discos) e Bart (53HC) e Alessandro Carvalho
(Valvulado Discos), mediando as conversas.
Ná
Figueiredo começou provocando os ouvintes dizendo que CDs de rock
não vendem mais. “Cansei de montar banquinha em festival, mas os
meninos dizem ‘esse já tenho, já baixei’, esse modelo não
funciona mais”. Várias reações contrárias vieram, como a fala
de Letz Spindola, dizendo que muita gente vê o CD físico como um
suvenir, gosta de comprar, “prova disso é a Fora do Eixo Discos
que têm rodado festivais Brasil afora e muita gente tem interesse”,
completou.
Outro
assunto bastante debatido foi sobre a distribuição de materiais de
bandas independentes. A Tratore, principal distribuidor de bandas
indies hoje, recebeu críticas duras principalmente porque não se preocupa em manter dados atualizados para os selos
com quem trabalha. “A Tratore hoje não serve, tem um catálogo
imenso de bandas, mas não me dá um feed back, o retorno que
preciso”, exemplificou Ná Figueiredo.
Dessa
discussão surgiu uma proposta para a criação de um selo único ou uma
entidade que reunisse interesses em comum: selos que trabalham com
bandas independentes e têm dificuldade para realizar a
distribuição. “Nada de concreto saiu dali, por falta de tempo
mesmo, porque os debates se estenderam bem, mas ficamos de levar
adiante e se unir para discutir o assunto com atenção” –
esclareceu Letz Spindola. O debate se estendeu ainda por cerca de
meia hora além do horário previsto.
Em
seguida, integrante do coletivo Peleja
e especialista em gestão ambiental, Maíra Miller, precisou se virar
com o pouco tempo restante para explanar sobre a “redução de
impactos ambientais nos festivais”, temática do Jambo Verde.
Ela preferiu falar sobre consumo, passando por alguns mitos
relacionados a água, a higiene de alimentos e o perigo da
visão que se tem hoje dos recicláveis. “Existe uma cadeia de
‘erres’ e os principais são: a reflexão, redução,
reutilização e por último a reciclagem; e geralmente as empresas,
os festivais, quem quer falar que faz alguma coisa ambiental,
trabalha em cima da reciclagem, sendo que é o último processo dessa
cadeia, pois reciclar também polui, não atinge a raiz do problema,
que é a redução e o pensar no consumo”. Além desses esclarecimentos, durante a palestra Maíra fez intervenções poéticas,
recitando longos poemas como o “Eu etiqueta”, de Carlos Drummond
e, com o tempo estourando, acabou falando muito pouco sobre a redução do
impacto ambiental nos festivais.
Quem
permaneceu no Muna, assistiu ao debate mais quente de todo o
Jambolada 2009. A temática seguinte versava sobre direitos autorais,
com os convidados Gustavo Anitelli, do Movimento Música pra Baixar
(MPB) e produtor do grupo O Teatro Mágico, Daniele Souza e Rafael,
representando a União Brasileira de Compositores (UBC) e o mago
Cláudio Prado, da Cultura Digital.
A
discussão girou em torno de como a legislação sobre direito
autoral e os mecanismos do ECAD (Escritório Central de Arrecadação)
não são mais compatíveis com a nova maneira que o mercado
musical vem se estruturando. O tema, amplamente debatido, inclusive
com várias intervenções da platéia, dividiu os presentes em duas
bandeiras bem claras: aqueles que produzem ou estão ligados a cadeia
musical independente e a UBC, entidade ligada ao ECAD e, portanto, defensora de seus interesses.
Os
representantes da UBC receberam um turbilhão de questionamentos,
dúvidas e críticas a respeito do atual modelo de distribuição da
verba aos artistas associados.
Visivelmente dando respostas que não contemplavam os ouvintes,
perguntaram da platéia: “Alguém elogia o ECAD?” A resposta de
Daniele Souza: “Os músicos sertanejos e os trilheiros
[profissionais que criam trilhas para novelas e filmes]”.
Para quem ainda tinha alguma dúvida de que o presente modelo (o ECAD fformulou-se na década de 70) não corresponde aos novos processos de produção
musical vigentes, Claudio Prado sintetizou: “Por que vocês acham
que o ECAD tem 300 advogados?”.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Cotidiano
sexta-feira, 24 de julho de 2009
O tango
Ele me olha.
Me desvio, envio.
Rodopio.
Encontro suas mãos no encontro dos corpos no encontro dos sons no encontro do desencontro.
Caio, rebaixo, rastejo me arrasto, rasteira rasteiro.
Tango sempre termina em morte ou abandono.
Como se dança o tango [tutorial]
Você diz que sim,
ele diz que não.
Você diz que não,
ele diz talvez.
Te esfrega, te nega, te pega, te joga.
Você diz que não, ele diz talvez.
Você diz talvez, ele diz AGORA.
Você se zanga, deseja, pede, implora,
ele te joga no chão.
Você rola, grita em silêncio,
ele ri.
Você ama, ele diz amar.
Ele é o primeiro a ir embora.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Fantome
É distante,
diferente,
triste,
só,
ser um fantasma.
Não fazer parte do (seu) mundo.
Apenas, vezenquando assombrar,
assustar.
Não ter pele,
não ter cor,
não ter som,
não ter toque,
não ter sabor.
Passar, fluido como o ar.
Invisivel como o ar.
Mas não necessário.
Não vital.
Não indispensável.
Ser soprado para longe.
Quando o que se quer é ser aspirado.
É distante,
diferente,
triste,
só,
ser um fantasma para quem ninguém reza.
Por quem ninguém reza.
O que não existe não existe.
Simples conclusão. Simples confusões.
Detalhes não existem para o que não existe.
Explicações não existem para o que não existe.
É distante,
diferente,
triste,
só,
não existir.
Não ser explicado.
Ser infinito, mas não explicado.
Ser infinito, mas não audivel.
Ser infinito, mas não tocável.
Ser infinito, mas cabendo, ajustado,
perfeitamente do lado de fora.
É distante,
diferente,
triste,
só,
ser um fantasma.
Não fazer parte do (seu) mundo.
Apenas, vezenquando assombrar,
assustar.