segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

CALMANTE

eu ando com sono
e quando deito tenho insônia
eu ando sonhando
e quando durmo não sonho
eu ando por aí
e quando não vejo árvores
lembro da insônia
e da cidade onde eu morava.

domingo, 9 de dezembro de 2007

*Orientação espiritual: A revolução deste mantra.

Mantra (do sânscrito Man mente e Tra alavanca) é uma sílaba ou poema religioso normalmente em sânscrito. Os mantras originaram do hinduísmo, porém são utilizados também no budismo e jainismo.

Os mantras são entoados como orações, repetidos como as do cristianismo. Contudo, diferentemente dos católicos, não constituem propriamente um diálogo com Deus. O budismo mahayana do Tibete usa mantras em tibetano, o zen-budismo do Japão os usa em japonês. John Blofeld encontrou em Hong Kong no começo do século XX mantras cuja língua ninguém sabia identificar, e que pareciam uma alteração de um original sânscrito.

Agora concentre-se na revolução deste mantra. Ouça os ruídos à sua volta. Feche os olhos, bem fechados e se volte apenas para os sons ambientes. E repita bem forte (forte, muito forte):

“BEJAR NA BOCA”.

Bom né? Sonoro? Então repita de novo.

“Bejar na boca”.
“Bejar na boca”.
“Bejar na boca”.
“Bejar na boca”.
“Bejar na boca”.
“Bejar na boca”.
“Bejar na boca”.
“Bejar na boca”.
“Bejar na boca”.
“Bejar na boca”.
“Bejar na boca”.


Resultados

Experimentos mostraram que num prazo de uma semana os resultados já podem ser “sentidos”. A coisa funciona. Repita umas cem vezes por dia. Lembre-se do”custo-benefício”.

Efeitos colaterais

Um beijo movimenta 12 músculos do lábio, 17 da língua e 9 do pescoço. Alguns pacientes após a aplicação do mantra apresentaram cãibras na língua e na região bocal. Outros apareceram com alguns pigmentos e pequenas manchas vermelhas, costumeiramente chamadas de “sapinhos”, herpes etc.

Ressaltamos que a taxa de pacientes “contaminados” foi expressivamente baixa. Para esses, ainda assim, há o que comemorar, sobretudo as mulheres e sua mania de emagrecimento:

Você queima até 15 calorias num beijo de dez segundos, por exemplo. Daí, para detonar as calorias de uma fatia de bolo de chocolate, dê vinte beijos. Para queimar calorias de: 1 porção de lasanha (107 beijos), 1 cachorro-quente (24 beijos), 1 brigadeiro (4,5 beijos), 1 copo de suco de laranja (9 beijos).


Bem vindo à infâmia (?).


* Originalmente publicado em O Binóculo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

AMANHÃ, 08/12, TEM STRANGE MUSIC NO ESPANHOL!!!

VAI ROLAR REUNIÃO INFAME???

ÊEEE!!!


Ps: alguém ainda lê este blog?

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Este poema eu fiz para você
Que reclamou a minha ausência
Que reclamou a minha falta
Que reclamou o meu silêncio.

Este poema eu fiz pra te mostrar
Que ainda posso cantar, colher rosas e
pensar em versos.

Este poema eu fiz pra te dizer
Que andei perdida nestes tempos
Me debrucei em precipícios
E duvidei do que era certo.

Este poema é para ser um sussurro
Pousar levemente em sua, a minha mão.
E sem despertar do sono a tua alma,
Avisar serenamente que cheguei.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Juntos em uma tarde outonal.
Quietos. Risadinhas e sorrisos...
Um momento pra alguns floridos versos.
Ali, nasceu meu Amor sem final.

Entre árvores, flores e folhas secas
Era tarde em que o Amor chega mansinho
E instala no peito beleza intrínseca.
Suas palavras, sorrisos, um carinho

Que refresca como brisa do dia
E fina garoa que a alma alumia,
A alegria que já nasce florescente.

Uma tarde tão calma e linda e bela
Não poderia ser tão diferente...
Pequenina que Amo, minha donzela.

Goles de chá

E a avó, imersa na paz do céu azul, deita os olhos nas nuvens, enquanto a netinha corre para lá e para cá, com seu vestidinho branco, puro como a neve, colhendo flores e pulando os arbustos.
- Aiiii!!!
- Falei que você ia se machucar uma hora, vem cá, senta um pouco com a vovó. Sabia que uma vez existiu uma menininha que nem você, qualquer dia eu te conto a história.
- Não vó, conta agora!
- Tá bom, vamos fazer um chá e então eu conto.
- Com bolachinhas! Recheadas!
- Mas onde já se viu tomar chá com bolacha recheada? - diz a avó rindo enquanto abraça a neta que já saiu correndo descalça pela grama do jardim até a cozinha.
Quando chega na cozinha, com certa dificuldade senta na cadeira vendo que a neta já colocou a água para ferver, abriu um pacote de Passatempo e dispôs as xícaras na mesa de madeira velha do sítio.
- Vai vó, conta logo!
- Essa é a história de uma menininha que trabalhava para um circo na Eslováquia, como na história ela não tem nome, vamos chamá-la de Clara, que nem você.
- Tá bom - e corre a neta para desligar o fogão.
- Clara nasceu no circo e desde criança aprendeu a fazer malabarismo, contorcionismo e outras coisas com seus colegas e pais, que eram trapezistas. Era uma criança muito animada, que corria de um lado para o outro toda hora, que nem você, mas sentia falta da amizade de criancinhas iguais a ela. O tempo foi passando, a menina cresceu e virou uma bela mulher, sendo a única atração em meio a um circo de velhos artistas. Estranhos sentimentos passavam pela sua cabeça e também pelo seu corpo. Apresentava em todos os espetáculos, tanto no teatro dos palhaços, como andava na corda bamba, mas nada continha a estranha depressão após cada espetáculo, pois junto com seu corpo formoso, seus desejos cresceram junto com ela. Ela desejava...
Gole de chá.
- Desejava o que vovó?
- Hum? Ah.. desejava ... coisas, sabe? Pensando bem, acho que essa não é uma história boa para você minha neta. Deixe-me contar outra, era uma vez uma pequena sereia, vamos chamá-la de Clara...
- Não! Termina aquela!
Gole de chá.
Suspiro.
Gole de chá.
Silêncio.
Olhares.
- Foi então que ele chegou, contratado para os espetáculos com seu cavalo, diretamente da França, chegou ao circo com seu cavalo e neste instante seus olhos se fixaram em Clara, esta que então compreendeu o que ela realmente desejava e seu corpo pedia por todos esses anos.
- Ela queria andar de cavalo?
- Após seu primeiro espetáculo juntos, Jean-Jacques levou Clara à sua cabana. Seus pais sabiam o que estava para acontecer, e consentiram.
- Vó, você tá me olhando estranho.
- Há, mas na cabana Jean-Jacques também olhava Clara de uma forma estranha. Nunca ninguém dirigiu olhares tão penetrantes para ela, que começou a sentir um estranho calafrio, que logo aumentou quando Jean-Jacques começou a acariciar seu rosto e beijar seu doce pescoço...
- Vó, por que você tá suando?
- ... e em meio a um beijo lascivo em seus lábios...
- O que é lascivo?
- ... passou a descer, acariciando todo o seu corpo com sua barba e Clara teve um prazer nunca antes sentido e...
- Vó..
- ... enquanto seus mamilos inteiramente arrepiados urgiam o toque sutil da língüa ...
- Vó... pára...
- ... sua mão descia até as suas coxas já trêmulas ...
- VÓ!! O que você tá fazendo?
- Ahh.. e Jean-Jacques então... Ah!.. começou a ... a... hum.... ahhhhhhhhhhh... Jean-Jacques..
- Manhê!!!!!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

MUSICISTA

mulher horizontal
desses teus planos qual seria apelo?
teus olhos me abrangem
seus dedos teclam meus ouvidos
e cada nota resvala o sossego das preces...
teus lados incorrem meu destino
pelos tantos outros que tem
e que
aqui por dentro
meu fluxo purpúreo
soluça o peito em descarrego.
e por causa desse teu salgo que invade o ar
e por culpa desses meus olhos mareados
eu aqui no teu suplanto tranqüilo
mal consigo sambar.

(Barbosa Junior)

.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Qual é o meu?

O incentivo é saber que posso brincar com você, leitor desprevenido. Saber que posso, sorrateiramente, deitar palavras como plumas em seus ouvidos acolchoados, e com uma mão lírica, que suavemente acaricia seus cabelos, te faço sentar em uma poltrona confortabilíssima.

Saber também, que uma vez sentado, consigo agarrar suas entranhas com a mesma mão de antes, segurar teus olhos e te forçar a ver seus medos dançarem diante de ti, rindo de você, que pateticamente, começa a suar, e deixando os pêlos excitados, você começa a ler mais rápido, as frases vão ficando curtas, cada vez mais, ódio, morte, injustiça, pobreza, racismo, preconceito, alegria, tesão, sexo, pinto, buceta, indecência, infamidade, intenso, bate coração BATE, cuidado não tropeçar na vírgula; HÁ!

Acalme-se. Olhe para o céu azul...

E com a mesma mão amiga, te devolvo ao mundo, com uma pequena cicatriz no canto esquerdo do cérebro, acariciando e dizendo:

"Relaxa. Não foi nada."

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Amargonia

Dor... a dor bem sentida é inspiração
Ela pode transformar lágrimas em versos
Dor de amar, amargura, todo o coração
Ele inteiro; inteirinho em sonhos imersos.

Desejar e sofrer; sofrer e desejar.
Querer, não querer, continuar a sofrer
Mas sempre –e intensamente amar de verdade
Para sempre, te amar por toda eternidade.

As lágrimas são cachoeiras de rimar
A dor com amor e sofrer com florescer,
A morte com sorte, solidão com paixão

E você comigo –toda a vida florida.
Os versos são campos cheios de margarida
Poesia feita, esfacelado coração.

Eu tão sozinho sonho sonho tanto
Que tudo eu tenho e não tenho nada
O sol, lua, uma terra encantada...
Eu morro, morro, me calo - em pranto.

Você bela Rainha deste Reino
Encantado e do outro... dou meu Amor.
... u’a rosa, minha vida, uma flor
E com tanta beleza me fascino.

Você partiu sem ao menos ter vindo
Ilusões... por noites passei sorrindo
Junto de você... é muita saudade.

Sonhos... delírios... algo que me agrade...
Sou o Príncipe esperando a Rainha...
Eu sinto tão feliz... mas me definha...

domingo, 5 de agosto de 2007

Na fome do dia

Da carne, restou o sangue que ainda escorre por entre as presas dos dias.
E em meio às pedras, na terra seca, crescem suas flores improváveis.
É sangue e é grito.
A vida ecoa.

Do rosto, restou o espanto, expressão lacrada em insanidades sólidas.
E em meio ao medo, nos traços distantes, a inocência brilha maquiada em sonhos.
É espanto e é gozo.
A vida segue.

segunda-feira, 30 de julho de 2007


A dona-do-grito se refestelou então no abraço aconchegante do senhor-gordo-de-chapéu e ele a carregou até o sofá da sala, deixando-a lá enquanto preparava um café bem forte.

"Que doida", ele pensou, enquanto tirava a chaleira do fogo para passar o café.
Ai que gostoso, que aconchegante.. Cheirinho de Lar. Algo infame não deveria ter esse cheiro. Ou isso prova que sou infame..? Sou infame, e me sinto em casa...

o fim do grito

Até que o grito encontrou um senhor gordo de chapéu, bengala e sem rosto, que num gesto com as mãos dizendo "Uow", parou o som... e com um olhar tenebroso(mesmo sem ter nada na face), encarou a dona do grito, dizendo (de alguma forma):

- Calma!

Prefácio


AAAaaaaAAAAaaaAAAHHHhhhhHHHHhhhhhhHHHHhh!!!!!! *e o grito ecoou por toda a sala*