sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Concurso.

Olá pessoal,

A Levi's, marca de roupas, promoveu um concurso em várias mídias durante esse ano, uma das mídias era texto, na qual participei e ganhei.

Agora, no mês de dezembro, eles colocaram todos os projetos vencedores em votação, e o melhor do ano ganhará um notebook Mac da Apple.

Peço portanto, que vocês entrem no link abaixo, leiam, e se gostarem, que votem em mim para que eu possa ganhar esse premio.

O meu projeto é o seguinte: http://www.beoriginal.com.br/projeto_detalhe.aspx?id_project=321

Quem não tem o cadastro nesse site precisará efetuá-lo.

No canto superior direito tem o campo de login, lá também tem o link para fazer o cadastro.

Ele é simples e enviará um e-mail de confirmação.

Após confirmar o cadastro já será possível votar.

Muito obrigado a todos que puderem me ajudar.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Pó.

Talvez seja confusão.
Ou muito ou pouco
de coisas que tem uma medida.
Ou apenas um dos vários mitos e metas
inexistentes ou inalcançaveis.

Talvez seja confusão.
Combustão.
Algo que arde ao toque.
Que arde ao paladar.
Pimenta.

Suposições, cigarro, fumaça
E um piano em fones de ouvido.
Talvez seja só metáfora do
que já é em si metáfora.
Tudo é metáfora quando entendido.

Eu entendo o amor,
pois ao não tê-lo
é minha única escolha.
Ao negá-lo
É minha única escolha.
O "negá-lo"
É minha única escolha.

Talvez seja uma reunião
de momentos em que
Eu decido não falar de mim.
Porquê as vezes eu também sou assim.
As vezes.

A gente ama o que pode.
A gente ama o que tem(?).
E o coração... E o coração?
Quebra. Quebra. Quebra.
Até que não quebra mais.
Vira pó no nariz de alguém.

Lembra? Metáfora. Metáfora.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Festival Jambolada: tarde de debates ...

Festival
Jambolada: tarde de debates acalorados





Sob um
asfalto pelando a sola dos calçados chegamos ao Muna (Museu
universitário de Arte), região central de Uberlândia, onde
aconteceria o primeiro evento da tarde de sexta-feira (23), o Jambo
Debate
. Com a temática “selos independentes e as novas formas
de distribuição”, compunham a mesa quatro convidados: Ná
Figueiredo (Newamazonia´s music), Eduardo Garbo (Mais Brasil), Letz
Spindola (Fora do Eixo Discos) e Bart (53HC) e Alessandro Carvalho
(Valvulado Discos), mediando as conversas.






Figueiredo começou provocando os ouvintes dizendo que CDs de rock
não vendem mais. “Cansei de montar banquinha em festival, mas os
meninos dizem ‘esse já tenho, já baixei’, esse modelo não
funciona mais”. Várias reações contrárias vieram, como a fala
de Letz Spindola, dizendo que muita gente vê o CD físico como um
suvenir, gosta de comprar, “prova disso é a Fora do Eixo Discos
que têm rodado festivais Brasil afora e muita gente tem interesse”,
completou.




Outro
assunto bastante debatido foi sobre a distribuição de materiais de
bandas independentes. A Tratore, principal distribuidor de bandas
indies hoje, recebeu críticas duras principalmente porque não se preocupa em manter dados atualizados para os selos
com quem trabalha. “A Tratore hoje não serve, tem um catálogo
imenso de bandas, mas não me dá um feed back, o retorno que
preciso”, exemplificou Ná Figueiredo.





Dessa
discussão surgiu uma proposta para a criação de um selo único ou uma
entidade que reunisse interesses em comum: selos que trabalham com
bandas independentes e têm dificuldade para realizar a
distribuição. “Nada de concreto saiu dali, por falta de tempo
mesmo, porque os debates se estenderam bem, mas ficamos de levar
adiante e se unir para discutir o assunto com atenção” –
esclareceu Letz Spindola. O debate se estendeu ainda por cerca de
meia hora além do horário previsto.





Em
seguida, integrante do coletivo Peleja
e especialista em gestão ambiental, Maíra Miller, precisou se virar
com o pouco tempo restante para explanar sobre a “redução de
impactos ambientais nos festivais”, temática do Jambo Verde.
Ela preferiu falar sobre consumo, passando por alguns mitos
relacionados a água, a higiene de alimentos e o perigo da
visão que se tem hoje dos recicláveis. “Existe uma cadeia de
‘erres’ e os principais são: a reflexão, redução,
reutilização e por último a reciclagem; e geralmente as empresas,
os festivais, quem quer falar que faz alguma coisa ambiental,
trabalha em cima da reciclagem, sendo que é o último processo dessa
cadeia, pois reciclar também polui, não atinge a raiz do problema,
que é a redução e o pensar no consumo”. Além desses esclarecimentos,  durante a palestra Maíra fez intervenções poéticas,
recitando longos poemas como o “Eu etiqueta”, de Carlos Drummond
e, com o tempo estourando, acabou falando muito pouco sobre a redução do
impacto ambiental nos festivais.





Quem
permaneceu no Muna, assistiu ao debate mais quente de todo o
Jambolada 2009. A temática seguinte versava sobre direitos autorais,
com os convidados Gustavo Anitelli, do Movimento Música pra Baixar
(MPB) e produtor do grupo O Teatro Mágico, Daniele Souza e Rafael,
representando a União Brasileira de Compositores (UBC) e o mago
Cláudio Prado, da Cultura Digital.





A
discussão girou em torno de como a legislação sobre direito
autoral e os mecanismos do ECAD (Escritório Central de Arrecadação)
não são mais compatíveis com a nova maneira que o mercado
musical vem se estruturando. O tema, amplamente debatido, inclusive
com várias intervenções da platéia, dividiu os presentes em duas
bandeiras bem claras: aqueles que produzem ou estão ligados a cadeia
musical independente e a UBC, entidade ligada ao ECAD e, portanto, defensora de seus interesses.





Os
representantes da UBC receberam um turbilhão de questionamentos,
dúvidas e críticas a respeito do atual modelo de distribuição da
verba aos artistas associados.
Visivelmente dando respostas que não contemplavam os ouvintes,
perguntaram da platéia: “Alguém elogia o ECAD?” A resposta de
Daniele Souza: “Os músicos sertanejos e os trilheiros
[profissionais que criam trilhas para novelas e filmes]”.
Para quem ainda tinha alguma dúvida de que o presente modelo (o ECAD fformulou-se na década de 70) não corresponde aos novos processos de produção
musical vigentes, Claudio Prado sintetizou: “Por que vocês acham
que o ECAD tem 300 advogados?”.








































































segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Cotidiano

Constante aguentar.
Quando o viver começa?
Constante aguentar.

Sobreviver. Sobrevivo.
Seguir. Sigo.
Sobreviver. Sobrevivo.

Repito. Sobrevivo.
Repetido. Impedido. Perdido.
Sobrevivo. Repito.

Respiro. Suspiro. Aspiro.
Inspiro(me).
Conspiro. Sozinho.

Afago. Vazio. Aperto.
Perto. Esperto.
Desperto. Grito.

Abafo o fardo.
Abafado o fardo sobro.
Sopro. Sôpro esfumaçado.

Ajoelho. Rezo. Peço.
Perco. Posso? Perco.
O que perco?
O que não tenho.

Quando? Quanto? Tanto...
Aflito. Reflito. Só reflito.
Refletido repito(me).

Olho. Vejo. Sinto. Não sinto.
Minto. Risos. Minto. Sinto.

Perco o minuto,
fujo do assunto,
grito o mundo,
grito mudo,
grito fundo,
surdo,
repetido,
infinito,
refletido,
refletindo,
mentindo,
permitindo,
o que não acontece.
O que nunca aconteceu.
O que nunca acontecerá.
E faz falta.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O tango

Eu olho.
Ele me olha.
Me desvio, envio.
Rodopio.

Encontro suas mãos no encontro dos corpos no encontro dos sons no encontro do desencontro.

Caio, rebaixo, rastejo me arrasto, rasteira rasteiro.

Tango sempre termina em morte ou abandono.


Como se dança o tango [tutorial]

Você diz que sim,
ele diz que não.
Você diz que não,
ele diz talvez.

Te esfrega, te nega, te pega, te joga.
Você diz que não, ele diz talvez.
Você diz talvez, ele diz AGORA.

Você se zanga, deseja, pede, implora,
ele te joga no chão.
Você rola, grita em silêncio,
ele ri.

Você ama, ele diz amar.
Ele é o primeiro a ir embora.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Fantome

É distante,

diferente,

triste,

só,

ser um fantasma.

Não fazer parte do (seu) mundo.

Apenas, vezenquando assombrar,

assustar.

Não ter pele,

não ter cor,

não ter som,

não ter toque,

não ter sabor.

Passar, fluido como o ar.

Invisivel como o ar.

Mas não necessário.

Não vital.

Não indispensável.

Ser soprado para longe.

Quando o que se quer é ser aspirado.

É distante,

diferente,

triste,

só,

ser um fantasma para quem ninguém reza.

Por quem ninguém reza.

O que não existe não existe.

Simples conclusão. Simples confusões.

Detalhes não existem para o que não existe.

Explicações não existem para o que não existe.

É distante,

diferente,

triste,

só,

não existir.

Não ser explicado.

Ser infinito, mas não explicado.

Ser infinito, mas não audivel.

Ser infinito, mas não tocável.

Ser infinito, mas cabendo, ajustado,

perfeitamente do lado de fora.

É distante,

diferente,

triste,

só,

ser um fantasma.

Não fazer parte do (seu) mundo.

Apenas, vezenquando assombrar,

assustar.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Eu queria essa tal de pele que todos falam.
Esses tais de dedos que todos tem, menos eu.
Esse tal coração.
Um que pulse forte, ou que apenas pulse.
Esses tais de olhos,
que de coloridos em coloridos só me mostram cinzas.

Não existe.
Se demora o toque, não existe o toque.
Se demora o olhar, não existe o olhar.
Se demora o beijo, não existe o beijo.

O que existe não demora.
Cobra, tem pressa, busca.
Penetra a pele em arrombos.
Derruba a porta sem ver se está aberta.

O que não existe sempre me engole.
Aperta o meu cérebro entre os dentes.
Extrai o suco do que sei de desejos.
Extrai o suco do que sei do gostar.

E me vomita.

quarta-feira, 24 de junho de 2009


Me vesti com trajes teus
Porque assim te tenho sobre mim
Saio à rua e ninguém vê
Que faço amor em meio às gentes
Que cheiro teu cheiro grudado em minha pele
Que meu riso não é de piada
Mas de gozo

Me vesti com trajes teus
Prá na distância te ter comigo
E por telepatia tocar onde quiseres
Enquanto pego o metrô
Ou subo as escadas
Ou desço as escadas
Ou corro a escada toda

Me vesti com trajes teus
E passo o dia
Num dia tântrico
Daquele jeito que ninguém pode saber
Porque enquanto não engravidar é virgem
Daquele jeito que passa longe da obrigação
De mulher moderna e liberada

Me vesti com trajes teus
Porque é bom
É sujo
É lindo
É como eu quero
Hoje e quando mais nos apetecer
Enquanto rio e gozo
Atentando pudores impunemente

sábado, 2 de maio de 2009

Pêssegos Maduros

Estava só. Sua única visão era a de um fragmento de dia ensolarado que se exibia mais além, pra lá dos vidros.
Ela estava fora do dia, mas o contemplava com um misto de respeito, uma espécie de alegria contida e certa raiva. Dali, do lado seguro, observava algumas poucas vidas. Nada fazia diferença: as vidas brilhavam mais além e nada parecia ter o poder de faze-las ultrapassar os vidros.
Estava imune às iluminações todas.
Um ar quente, pesado, envolvia tudo. Impregnava todas as cores, todos os sons.
Mais ao longe, via, os vapores criavam ondulações na paisagem. O chão tremia, os carros estacionados na calçada íngreme tremiam e aqueles tremores eram de loucura, ela sabia, porque o calor criava novas imagens, apenas para os olhares que carregavam a insanidade precisa daquela manhã.
Estava só. Sentada no chão de tacos gastos, fazia com os dedos desenhos distraídos na poeira. As costas retas apoiadas na parede, as pernas estendidas, os pés descalços. Os cabelos soltos e negros contrastavam com o azul vivo do vestido florido, como uma vegetação estranha avançando sobre um lago límpido tornando suas águas perigosas.
Observava com seus olhos distantes a parte do mundo que era emoldurada pela grande porta e pensava nos velhos encantamentos que aprendera há muito tempo.
A noite chegaria. Ela esperava.
Não havia vento naquela manhã, as folhas estavam todas quietas, como se também esperassem algo. Uma palavra sua, talvez.
Estava só e suas mãos, vazias.
Lembrou-se de quando era ainda uma criança, quando permutava por entre os dias leves, com sóis ou com águas, correndo por entre folhas ou flores ou pés de pêssegos carregados. De quando trocava de lugar manhãs e noites, com a irresponsabilidade dos recém-iniciados, pequenos feiticeiros criando estrelas, respirando todas as luzes. De quando ainda escondia-se atrás da velhas casa, tão muda agora, rindo tanto, sentindo tanto, pulsando tanto quanto um pequeno coração que dava vida às ruas, às cidades, aos mundos todos.
Estava só agora, entretanto. E esperava a noite que esconderia as marcas profundas em seu rosto. Então, sairia e seria bela, flutuando pelos sonhos daqueles que a esperavam, noite após noite, ansiando por algo que não fosse áspero, algo que não fosse brusco.
Esperavam pelo que apenas ela tinha a oferecer ao mundo quando fosse novamente a menina, por entre os pés de pêssego.

domingo, 29 de março de 2009

Um domingo qualquer

Um pedaço de sal e suor escorre a boca.
As bocas.
A ilusão da moleza das três da tarde.
Os telefonemas dados, a exclusão, o ignorar.
Fingimos, finjamos, olhares e beijos ultimos.
Eternos talvez.
Um dia acreditaremos.

E sempre falar do mesmo..
Sempre de.. e e..

E há a falta.. de conexão..
.............. de amor..
.............. de razão.

Novos encontros marcados,
beijos dados,
palavras espalhadas pelo vento,
e o tempo, e o espaço.
Perfurando paredes lisas,
duras e (...).

Uma vontede alheia,
uma corrosão alheia a tudo.
E coisas passam, e acontecem,
o mundo gira e giramos nele,
e a cabeça pesa num resto de coração.

Ilusões das três da tarde
de um domingo qualquer,
escondido atrás de memórias 
inexistentes, 
existentes num mundo perfeito.
Um mundo perfeito sonhado.
Sempre falado nos ouvidos surdos.

Ensurdeço ouvidos com um mundo sonhado.
Fico rouco louco e pouco.
E me repito nas mesmas metáforas,
eu sempre o mesmo [infelizmente].

Devo(te)(me) (o) tornar(te)(me) mais óbvio,
tudo deverá ser menos gritante,
tudo sempre deveu ser menos algo.
Os olhos menos olhos,
a boca rouca menos louca,
os pés menos encaixaveis,
encaixotaveis menos encaixaveis.

Se aproxima a hora que não domino,
a hora em que me afogo em futuros,
futuros que nunca existirão, 
a não ser em reticências e elipses.
A hora do final.

terça-feira, 24 de março de 2009

"Não sei ao certo o que há de errado, simplesmente o dia acordou assim meio doente. Meio morimbundo. Meio morto na verdade. As pessoas velam corpos sorridentes. Um corpo triste e sorridente, como todos os corpos desistentes. As pessoas nascem com infinitos interruptores, e dia após dia outra pessoa desliga um. Desliga um. E mais um. Dia após dia. É uma luta que já é perdida. Sinto a loucura a cada interruptor desligado. A paranóia, o desespero, o desassossego. Uma hora todos se apagam, ou já se apagaram. E a vontade é desligada junto. E as pessoas passam a ser apenas companhias indesejaveis, e nada mais pode ser acrescentado. E a única vontade é excluir todas de tudo o que tenha a ver com você. Matá-las todas, não, isso é absurdo, é muita gente, então apenas deixamos de ouvi-las, isso é mais facil. E você ainda vai em festas, abre o messenger, ri de algo que seja de bom tom rir, mas parece que nada mais te encosta. Talvez seja um momento em que você se dá conta, ou fica com a impressão, que tudo já foi dito, feito antes. Nada mais é novo. Você perde a capacidade de se surpreender com algo. A maior alegria e a maior desgraça parece algo que já aconteceu antes. E tudo é ciclico, e sempre tem alguém para repetir a mesma frase, fazer a mesma coisa, calar no mesmo momento, etc... Mas não é uma depressão, você continua se alimentando normalmente, trabalha, estuda, faz suas atividades. É um estado indizivel, de uma estranha e mórbida clareza, de que as coisas são apenas, apenas são. As pessoas apenas são. Os lugares apenas são. A bebida apenas é. O cigarro, o café, os barulhos. Tudo apenas é. E nunca deixa de ser, ou começa a ser outro. E você parece outro, mas é apenas ilusão, você também é apenas o que sempre foi e sempre será. As coisas perdem as cores. Tudo é cinza. Tudo é cinza."

Chico Xavier...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sobre desejos



A lua era tão...
E o cigarro quente.
A fumaça externava,
e penetrava.
Um certo tipo de ritual tribal,
que nossos personagens faziam.
Somos muito tribais.
Canibais.
Liquidos.
Doces bárbaros.
E amargos in(palavra censurada).

(Fim censurado por falta de existência, a falta de existência é uma cruel censura, castração do que ainda não existe.)